Redação para SLGP Brasil
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April 2025
O X está ajudando a financiar perfis que espalham fake news?
O X, antigo Twitter, está ajudando a financiar perfis que espalham fake news? A plataforma tem permitido a monetização de perfis com conteúdos que promovem desinformação.
A alegação vem da Polícia Federal, que revelou falhas do X em bloquear perfis como o de Allan dos Santos, bolsonarista que teve sua conta suspensa por ordem de Alexandre de Moraes.
E, para quem não lembra ou nunca ouviu falar de Allan dos Santos, fique neste vídeo que a gente explica! Ele é um blogueiro bolsonarista que já foi alvo de dois inquéritos no STF: um sobre a disseminação de fake news e outro sobre apoio a atos antidemocráticos.
Allan atualmente está foragido nos Estados Unidos, já teve duas prisões decretadas e foi proibido de usar e criar novas redes sociais por determinação de Alexandre de Moraes. Ele é alvo de operações que investigam seu envolvimento no inquérito das fake news e o financiamento de atos antidemocráticos.
Mas como o X está envolvido nisso tudo? A Polícia Federal investiga quem criou a conta secundária de Allan no X e no Instagram, usada para divulgar fake news contra a jornalista Juliana Dal Piva. Teria sido publicado um diálogo em que a jornalista confessaria um suposto plano de Moraes para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Juliana, o bolsonarista segue difamando-a mesmo depois da ação no Supremo.
Então, Moraes exigiu que tanto o X quanto a Meta fornecessem os dados da conta de Allan para as investigações da PF, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Além disso, a PF constatou que o X falhou em bloquear perfis conforme as ordens judiciais. A plataforma permite transmissões ao vivo de perfis suspensos e ainda facilita a divulgação de links que financiam comunicadores bolsonaristas, como Allan dos Santos.
Segundo o relatório da PF, mesmo com a conta bloqueada, os usuários podiam acessar botões de “doação” em bitcoin diretamente nos perfis suspensos, inclusive aqui do Brasil. Ou seja, mesmo com o bloqueio judicial, o X continua a permitir que usuários financiem perfis ligados à desinformação.
O X ainda se pronunciou, dizendo que houveram “falhas técnicas” que permitiram a divulgação de lives ainda no ano passado.
Moraes tem cobrado a perícia da PF sobre as explicações do X desde setembro do ano passado.
Foi somente em março deste ano que a plataforma enviou o relatório ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que deve se pronunciar sobre o que foi identificado pela PF.
Isso levanta uma pergunta crucial: até que ponto estamos permitindo que essas plataformas burlem as leis e continuem a ajudar financeiramente perfis que espalham desinformação no Brasil?